sábado, 12 de janeiro de 2008

Tina no quintal

Simples, mamãe
Simples...


O homem da gravata fina veio comer poeira do tempo.
Homem bom, trouxe presente. Espelho pra ver o "redondinho do corpo se ajeitando na idade." Veio de terno branco empoeirado e bigode lustroso de preto. Sabia falar meu nome de um jeito que não conhecia. Pra mim, curtinho, Tonha.

Sabido, homem bom. Quis café e eu passei.
Quis broa e assei.
Quis rede, balancei.
Quis me dar meia nova, fininha...

Voz de comer jaca, macia que chamava forte quando a água do banho já estava esfriando.
Olhava baixo, mesmo quando o dia não estava de mormaço e, as pernas compridas, trançava forte quando tinha "vontades dos carinhos de menina".


"Simples, menina
Simples...
Vê tudo que lhe dei?
Gosta?
Simples...
E será teu tesouro muito maior."

Um comentário:

Anônimo disse...

Um fio conduz as diversas partes de um universo plural. O cordão acompanha, mas não posiciona nem orienta. Apenas liga.

A tralha é a pequena rede com a qual somente um homem pode pescar. Um de cada vez.

Os peixes, esses são nossos.